Em busca do sujeito midiático – o caso Tiririca (2010-2012)
- Fábio Sanchez
- 6 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de nov. de 2024
Busco com esse trabalho uma aproximação entre os campos da Comunicação (Jornalismo, na perspectiva do processo receptor) e da Psicanálise, com foco na formação do sujeito receptor da comunicação e da linguagem. A área de Comunicação tem convergido para o estudo do receptor desde a década de 70 do século passado, e nas de 80 e 90 surgiu, com autores como Martín-Barbero (1987), um foco latino-americano para este processo, e que ainda está aberto e inconcluso.
A Psicanálise, por seu turno, tem sido instrumento crescente da Filosofia e da Comunicação para entender diversos processos modernos de consumo e comportamentos mediados pelos veículos de comunicação. O estudo do subjetivismo na Psicanálise tem uma história de mais de um século de investigação organizada e sistemática, foco esse que não ocorre no campo da Comunicação, que só recentemente vem se debruçando sobre essa perspectiva. Nesta pesquisa traço uma breve história dessas relações e proponho uma abordagem conjunta desses campos, incluindo a Comunicação na sua relação com a Filosofia e a Psicanálise, para compreender com mais precisão o sujeito receptor e suas reações à mídia.
Por fim, vou a campo para investigar e testar a proposta num evento psicanalítico (um mal-estar crônico) e abundantemente abordado pelo Jornalismo (e também por alguns autores psicanalistas), no caso a aversão aos políticos. Avalio o caso do deputado federal Tiririca. Examino seu discurso, seus efeitos na representação midiática e no receptor, assim como a interação entre eles. O corpus da amostra é constituído de reportagens, artigos, blogs e cartas ou comentários em redes sociais, ou internet de leitores entre o período de sua campanha eleitoral, em 2010, até o início de seu segundo ano de mandato, em 2012. Verifiquei na pesquisa que é plenamente possível analisar o receptor num ambiente que reúna os campos da Psicanálise e da Comunicação, e que ambos, nesse prisma do receptor, já possuem investigações muito semelhantes.
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